- Enquanto dirigente de um clube/associação desportiva o que representa receber este prémio?
É o reconhecimento do trabalho dedicado, sério e competente realizado ao longo de quase duas décadas no Grupo Desportivo de Mangualde e naturalmente na defesa, promoção e valorização do futebol distrital. Sendo um reconhecimento individual, não posso deixar de o partilhar com todos os meus colegas de direção e dos restantes órgãos sociais. Eu sou apenas o rosto principal e mais visível de um projeto coletivo que teve como principal objetivo recuperar o Grupo Desportivo de Mangualde enquanto maior símbolo desportivo do nosso concelho e um dos maiores do distrito. Quando chegamos ao fim de um longo percurso associativo e vemos reconhecido o nosso trabalho pelo organismo que nos tutela, é sinal que cumprimos com o desígnio a que nos propusemos.
- Quais as maiores dificuldades enfrentadas por um dirigente?
Eu prefiro apelidar de desafios e não dificuldades. Ser dirigente hoje é um constante desafio. Para além daquilo que sempre aconteceu a quem se dedica ao movimento associativo, ou seja, abdicar quase por completo da vida familiar, social ou de lazer, os dirigentes hoje têm responsabilidades que vão muito para além da política desportiva que decidem adotar no clube. Responsabilidades pessoais, financeiras e até criminais. Por isso fiz questão de dizer que este prémio é de todos os mangualdenses que abdicaram ou abdicam de parte da sua vida, em prol do movimento associativo, seja ele desportivo, recreativo ou cultural. Só com enorme espírito de missão e grande amor à causa é que se consegue estar atualmente no dirigismo.
- Uma mensagem que queira deixar para futuros dirigentes
Acima de tudo que tenham paixão. Paixão pelo clube e paixão pela cidade. Mangualde precisa de um movimento associativo forte e dinâmico, porque contribuímos decisivamente para a formação desportiva, cívica e social de milhares de crianças e jovens que serão os adultos mangualdenses de amanhã. Estas crianças e jovens precisam de se rever nas instituições do concelho e em quem as lidera. Defendo que ajudamos a formar pelo exemplo que transmitimos e tal como eu me revi no passado em nomes como o Teodoro Futre, Carlos Gonçalves, António Silva, Armando Sousa entre outros, também temos a obrigação de deixar esse legado às gerações futuras.